Descrição
O malware BadBox é uma ameaça sofisticada que compromete dispositivos Android, incluindo Smart TV, aparelhos de streaming, tablets e projetores digitais [1]. Identificado inicialmente em 2023, o BadBox é frequentemente pré-instalado em dispositivos de baixo custo, maioritariamente fabricados na China, através de ataques à supply chain ou por intenção dos fabricantes [2]. Este malware estabelece backdoors que permitem a execução remota de código malicioso sem o consentimento – ou conhecimento – do utilizador. A variante BadBox 2.0, identificada em 2025, expandiu o seu alcance, infetando mais de 1 milhão de dispositivos em 222 países, com maior prevalência de casos no Brasil (37,6%), Estados Unidos (18,2%), México (6,3%) e Argentina (5,3%) [3]. O malware pode também ser disseminado através de aplicações maliciosas descarregadas por meios não oficiais [4].
O CERT.PT estima que no ciberespaço nacional poderão existir mais de 80.000 dispositivos comprometidos com esta tipologia de malware.
Impacto
O BadBox integra os dispositivos infetados numa botnet, facilitando a execução de atividades maliciosas como:
- Fraude publicitária: Geração de cliques falsos em anúncios, aumentando custos para anunciantes [1].
- Proxying residencial: Uso de dispositivos comprometidos para redirecionar tráfego através de redes domésticas, a fim de mascarar atividades maliciosas [5].
- Roubo de credenciais: Tentativas de acesso a contas usando credenciais roubadas [3].
- Ataques DDoS e disseminação de malware: Dispositivos podem ser usados para ataques de negação de serviço ou para instalar malware adicional [2].
- Criação de contas falsas: Uso do dispositivo comprometido como proxy para criação de contas em diversas plataformas [4].
Resolução
Para mitigar os riscos associados ao BadBox, recomenda-se:
- Verificar dispositivos conectados e tráfego de rede: Avaliar todos os dispositivos IoT na rede doméstica para detectar atividades suspeitas, como tráfego de rede incomum ou configurações do Google Play Protect desativadas [4]
- Evitar fontes não confiáveis: Não descarregar e instalar software, sistemas operativos e/ou firmware de fontes desconhecidas ou não confiáveis [5].
- Efetuar atualizações de software: Garantir que sistemas operativos, software e firmware estejam atualizados com os patches de segurança mais recentes [2].
- Desligar dispositivos suspeitos: Isolar e desligar dispositivos que apresentem sinais de comprometimento, como marketplaces suspeitos, anúncios de conteúdo gratuito desbloqueado, ou ligações a servidores de comando e controlo [1].
- Usar dispositivos certificados: Optar por dispositivos certificados pelo Google Play Protect, de preferência de marcas conhecidas e confiáveis, evitando produtos de marcas desconhecidas [3].